Criador do Youtube diz o que mudou

terça-feira, 13 de outubro de 2009


Chad Hurley, de 33 anos, não gosta de falar sobre sua vida pessoal, mas dá a entender que pouco mudou nela depois que seu site, o YouTube, foi comprado pelo Google por US$ 1,65 bilhão. Já o serviço de vídeos, que ele criou com dois amigos no início de 2005 para compartilhar arquivos, passou por diversas mudanças depois da aquisição, como ele conta na entrevista exibida no vídeo ao lado.

O site desenvolvido pelos amigos na região do Vale do Silício, na Califórnia, foi adquirido pelo Google menos de dois anos depois de sua criação. Na época do anúncio da aquisição, conta Hurley, a companhia empregava 67 pessoas. Hoje, a divisão do Google voltada ao YouTube tem cerca de 600 funcionários. Entre eles, os cofundadores Hurley e Steve Chen, que se conheceram quando trabalhavam na empresa de pagamento on-line PayPal.

“Ainda temos um longo caminho pela frente, mas a nova estrutura [do Google] ajuda imensamente [o YouTube]. O Google tem arquitetura disponível para um sistema mais estável e global”, diz Hurley. “Sempre nos preocupamos com velocidade de exibição. E tem também a quantidade de vídeos armazenados: a cada minuto recebemos 24 horas de conteúdo. É uma quantidade colossal de dados acumulados e sempre tentamos melhorar a qualidade”, continua, lembrando que agora a página também aceita vídeos em alta definição.

Além da estrutura fornecida pelo Google para o YouTube funcionar da melhor forma, outra vantagem está nas pessoas – “indivíduos muito talentosos”, segundo Hurley. Parte desse pessoal, conta, “está lá fora buscando acordos e anúncios. Isso facilita a nossa vida”, diz o executivo, formado em design gráfico.

Experiência
Questionado sobre como uma pessoa com formação artística, como ele, se tornou diretor-executivo de uma companhia tão importante como o YouTube, ele respondeu: “sempre me pergunto a mesma coisa”. Seu diploma de design gráfico o levou a trabalhar como designer no site de pagamentos PayPal, no Vale do Silício, o que representou sua entrada no mundo da internet, tecnologia e inovação.

“Vi como a companhia gerava renda, tratava seus funcionários e como era a distribuição dos nossos recursos. Observando isso tudo, percebi que, se você tem uma ideia, tem também a capacidade de mudar a vida dos outros. E de criar um negócio atrativo. Tínhamos isso em mente na criação do YouTube”, contou. O objetivo era criar uma solução e, com sorte, ajudar a eles e aos outros na distribuição e transmissão de vídeos.

Com o sucesso da iniciativa, veio a compra pelo Google e encontros com pessoas ilustres, como Barack Obama e a rainha da Inglaterra.

Para aqueles que pretendem abrir seu próprio negócio, ele aconselha: pense em algo que gostaria de criar. De preferência algo importante para você, para seus amigos, algo que adicione valor a sua vida pessoal. “Começar um negócio só para ganhar dinheiro é provavelmente a motivação errada. Esse é o seu objetivo final, mas se pretende criar algo de sucesso razoável, precisa ter um propósito”, ensina o executivo.
Dinheiro
Casado e pai de dois filhos, Hurley não gosta de falar sobre sua vida pessoal. Apesar da fortuna que ganhou com a venda de seu site para o Google, ele não mudou seu estilo de vida. Não comprou barco, não comprou avião, não trocou de carro e ainda mora na mesma casa.

Hurley diz que não para e pensa no que aconteceu. “Acho que é isso que me mantém equilibrado. Evito refletir demais sobre o dinheiro e as experiências dessa jornada que vivemos. Ainda vivo pensando no que faremos amanhã. Posso viajar mais, comprar coisas novas, mas essa não é a recompensa real. O que me dá mais alegria é ouvir as histórias de como o YouTube mudou vidas. O fato de alguém poder divulgar seu talento e talvez ser descoberto.”

O jovem executivo disse que nunca pensou em se aposentar e garante que se diverte com o YouTube. “Ainda temos objetivos e metas a atingir. A vida é curta demais para deixar passar. Há oportunidades demais lá fora para novas criações. Talvez isso seja fruto da formação artística, esse impulso de criar algo novo. Criamos um site e uma organização. Eu curto esse processo criativo. Porém ainda somos pequenos comparados ao grande esquema do Google, que emprega cerca de 20 mil pessoas. Ainda somos iniciantes.”

Fonte: http://g1.globo.com

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